domingo, 31 de julho de 2011

Oraçao aos orixas

Que todos os Orixás estejam sempre à frente, abrindo teus caminhos!
-que ogum com sua espada lhe ajude em todas as batalhas!
-que iansã te de clareza para separar o joio do trigo!
-que xangô lhe proteje das injustiças do mundo!
-que odé/otim lhe deem conhecimentos e farturas!
-que obá lhe proteje dos corte e das demandas!
-que ossain lhe traga a magia das ervas e o seu conhecimento!
-que xapanã te de sempre muita saúde!
-que os ibejis te proporcione alegrias inocentes e pureza!
-que a minha grande mãe oxum te cubra com o seu manto de amor e riquezas!
-que a a grande mãe iemanja leve com sua ondas todas as tristezas e angustias!
-que o grande pai oxalá te abençoe e lhe cubra de paz!

domingo, 24 de julho de 2011

Saudaçao a Obá

Lendas de Nana

As lendas de Nanã

Afirma-se que Nanã era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá desposou-a, mas não ligava para ela. Nanã, então, fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho, Omolu nasceu todo deformado. Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. Assim, nasceu Oxumaré, que durante seis meses do ano vive no céu como o arco-íris, e nos outros seis é uma cobra que se arrasta no chão.
Em outra lenda, conta-se que, na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore. Nanã então chamava os Eguns para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu a sua entrada no Jardim dos Eguns. Oxalá então espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela" (ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para invocar os Eguns.
Uma terceira lenda refere que, certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.

Lenda Oxumare

Oxumaré

Arrobo Boi!

Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô).
O adivinho do rei Oni.
Sua única ocupação era ir ao palácio real no "dia do segredo";
dia que dá início à semana de quatro dias dos iorubas.
O rei Oni não era um rei generoso.
Ele dava apenas, a cada semana,
uma quantia irrisória a Oxumaré que,
por esta razão, vivia na miséria com a sua família.
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido.
Chamavam-no "o proprietário do xale de cores brilhantes".
Mas, tal como seu filho, ele não tinha poder.
As pessoas da cidade não o respeitavam.
Oxumaré, magoado com esta triste situação, consultou Ifá.
"Como tornar-se rico, respeitado,
conhecido e admirado por todos?"
Ifá o aconselhou a fazer oferendas.
Disse-lhe que oferecesse
uma faca de bronze, quatro pombos e
quatro sacos de búzios da costa.

No momento que Oxumaré fazia estas oferendas,
o rei mandou chamá-lo.
Oxumaré respondeu:
"Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia".
O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré,
recriminou-o e negligenciou, até,
a remessa de seus pagamentos habituais.

Entretanto, voltando à sua casa,
Oxumaré recebeu um recado:
Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo
a respeito de seu filho, que estava doente.
Ele não podia manter-se de pé, caía,
rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.

Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum
e consultou Ifá para ela.
Todas as doenças da criança foram curadas.
Olokum, encantada com este resultado,
recompensou Oxumaré.
Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de um rico tecido.
Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo,
com o qual Oxumaré retornou à sua casa, em grande estilo.
Um escravo fazia rodopiar um guarda-sol sobre a sua cabeça
e músicos cantavam seus louvores.

Oxumaré foi saudar o rei.
O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe:
"Oh! De onde viestes?
De onde saíram todas estas riquezas?"
Oxumaré respondeu-lhe a rainha Olokum o havia consultado.
"Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por você!"
Estimulado pela rivalidade,
o rei Oni ofereceu a Oxumaré uma roupa do mais belo vermelho,
acompanhada de muitos outros presentes.
Assim, Oxumaré tornou-se rico e respeitado.

Entretanto, Oxumaré era amigo de Chuva.
Quando Chuva reunia as nuvens,
Oxumaré agitava sua faca de bronze
e a apontava em direção ao céu,
como se riscasse de um lado a outro.
O arco-íris aparecia e Chuva fugia.
Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!"
Oxumaré tornou-se muito célebre.

Nesta época, Olodumaré o deus supremo,
aquele que estende a esteira real em casa
e caminha na chuva,
começou a sofrer da vista e nada mais enxergava.
Ele mandou chamar Oxumaré
e o mal dos seus olhos foram curados.
Depois disto, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse à Terra.

Desde este dia, é no céu que ele mora
e só tem permissão de visitar a Terra a cada três anos.
É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.

Lenda Obaluae

Obaluaê

Atotô!

Xapanã nasceu em Empê,no território Tapá,também chamado Nupê.
Era um guerreiro terrível que,seguido de suas tropas,
percorria o céu e os quatro cantos do mundo.
Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem.
Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste.
assim,chegou Xapanã em território Mahi,no Daomé.
A terra dos mahis abrangia as cidades de Savalu e Dassa Zumê.

Quando souberam da chegada iminente de Xapanã,
os habitantes desta região,apavorados,consultaram um adivinho.
E assim ele falou:
"Ah! O grande guerreiro chegou de Empê!
Aquele que se tornará o senhor do país!
Aquele que tornará esta terra rica e próspera,chegou!
Se o povo não aceitá-lo,ele o destruirá!
É necessário que supliquem a Xapanã que vos poupe.
Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele goste:
inhame pilado,feijão,farinha de milho,azeite de dendê,picadinho de carne de bode
e muita,muita pipoca!
Será necessário,também,
que todos se curvem diante dele,
que o respeitem e o sirvam.
Desde que o povo o reconheça como pai,
Xapanã não o combaterá,mas protegerá a todos!"

Quando Xapanã chegou,conduzindo seus ferozes guerreiros,
os habitantes de Savalu e Dassa Zumê reverenciaram-no,
encostando suas testas no chão,e saudaram-no:

Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!
"Respeito e submissão!"

Xapanã aceitou os presentes e as homenagens,dizendo:
"Está bem! Eu os pouparei!
Durante minhas viagens,desde Empê,minha terra natal,
sempre encontrei desconfiança e hostilidade.
Construam para mim um palácio.
É aqui que viverei à partir de agora!"

Xapanã instalou-se assim entre os mahis.
O país prosperou e enriqueceu,
e o grande guerreiro não voltou mais a Empê,
no território Tapá,também chamado Nupê.

Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas.
Ele tem,também,o poder de curar.
As doenças contagiosas são,na realidade,
punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-se mal.
Seu verdadeiro nome,é perigoso demais pronunciar.
Por prudência,é preferível chamá-lo Obaluaê,O "Rei Senhor da Terra"
ou Omulu,o "Filho do Senhor".

Quando Xapanã instalou-se entre os mahis,
recebeu,em uma nova terra,o nome de Sapatá.
Aí também,era preferível chamá-lo Ainon,o "Senhor da Terra",
ou,então, Jeholu,o "Senhor das Pérolas".

O fato de ser chamado Jeholu e Ainon
causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé,
pois eles também usavam estes títulos.
Enciumados,os Jeholu de Abomey expulsaram,várias vezes,
Jeholu Ainon do Daomé e obrigaram-no a voltar,
transitoriamente,à terra dos mahis.
Jeholu Ainon vingou-se:
vários reis daomeanos morreram de varíola!

Lenda Ossain

Ossain

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.
Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.
Outras, a sorte, as glórias, as honras, ou, ainda,
a miséria, as doenças e os acidentes.
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta.
Eles dependiam de Ossain para manter a saúde
ou para o sucesso de suas iniciativas.

Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e imperioso,
irritado com esta desvantagem,
usou de um ardil para tentar usurpar, de Ossain,
a propriedade das folhas.
Falou do plano à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.
Explicou-lhe que, em certos dias,
Ossain pendurava, num galho de Iroko,
uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.
"Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.

Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas,
levando o telhado das casas,
arrancando as árvores,
quebrando tudo por onde passava e,
o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.
A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os orixás se apoderaram de todas
Cada um tornou-se dono de algumas delas,
mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes
e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.
E, assim, continuou a reinar sobre as plantas,
como senhor absoluto.
Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.

Lenda Oxossi

Oxóssi

Okê!

Olofin era um rei africano da terra de Ifé,lugar de origem de todos os iorubas.
Cada ano,na época da colheita,Olofin comemorava,em seu reino,a Festa dos Inhames.
Ninguém no país podia comer dos novos inhames antes da festa.
Chegado o dia,o rei instalava-se no pátio do seu palácio.
Suas mulheres sentavam-se à sua direita,
seus ministros sentavam-se à sua esquerda,
seus escravos sentavam-se atrás dele,agitando leques e espanta-moscas,
e os tambores soavam para saudá-lo.
As pessoas reunidas comiam inhame pilado e bebiam vinho de palma.
Elas comemoravam e brincavam.
De repente,um enorme pássaro voou sobre a festa.
O pássaro voava à direita e voava à esquerda...
Até que veio pousar sobre o teto do palácio.
A estranha ave fora enviada pelas feiticeiras,
furiosas porque não foram também convidadas para a festa.
O pássaro causava espanto a todos!
Era tão grande que o rei pensou ser uma nuvem cobrindo a cidade.
Sua asa direita cobria o lado esquerdo do palácio,
sua asa esquerda cobria o lado direito do palácio,
as penas do seu rabo varriam o quintal e sua cabeça,o portal da entrada.
As pessoas assustadas comentavam:
"Ah! Que esquisita surpresa?"
"Eh! De onde veio este desmancha-prazer?"
"Ih! O que veio fazer aqui?"
"Oh! Bicho feio de dar dó!"
"Uh! Sinistro que nem urubu!"
"Como nos livraremos dele?"
"Vamos,rápido,chamar os caçadores mais hábeis do reino."
De Idô,trouxeram Oxotogun,o "Caçador das vinte flechas".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas vinte flechas.
Oxotogun afirmou:
"Que me cortem a cabeça se eu não o matar!"
E lançou suas vinte flechas,mas nenhuma atingiu o enorme pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Morê,chegou Oxotogi,o "Caçador das quarenta flechas".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com com suas quarenta flechas.
"Oxotogi afirmou:
"Que me condenem à morte,se eu não o matar!"
E lançou suas quarenta flechas,mas nenhuma atingiu o pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Ilarê,apresentou-se Oxotadotá,o "Caçador das cinqüenta flechas".
Oxodotá afirmou:
"Que exterminem toda a minha família,se eu não o matar".
Lançou suas cinqüenta flechas e nenhuma atingiu o pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Iremã,chegou,finalmente,Oxotokanxoxô,o "Caçador de uma flecha só".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com sua única flecha.
Oxotokanxoxô afirmou:
"Que me cortem a cabeça em pedaços se eu não o matar!"

Ouvindo isto,a mãe de Oxotokanxoxô,que não tinha outros filhos,
foi rápido consultar um babalaô,o adivinho,
e saber o que fazer para ajudar seu único filho.
"Ah! disse-lhe o babalaô".
"Seu filho está a um passo sa morte ou da riqueza.
Faça uma oferenda e a morte tornar-se-á riqueza".
E ensinou-lhe como fazer uma oferenda que agradasse as feiticeiras.
A mãe sacrificou,então,uma galinha,abrindo-lhe o peito,
e foi rápido colocar na estrada,gritando três vezes:
"Que o peito do pássaro aceite este presente!"
foi no momento exato que Oxotokanxoxô atirava sua única flecha.
O feitiço pronunciado pela mãe do caçador chegou ao grande pássaro.
Ele quis receber a oferenda e relaxou o encanto que o protegera até então.
A flecha de Oxotokanxoxô o atingiu em pleno peito.
O pássaro caiu pesadamente,se debateu e morreu.
A notícia espalhou-se:
"Foi Oxotokanxoxô,o "Caçador de uma flecha só",que matou o pássaro!
O rei lhe fez uma promessa,se ele o conseguisse!
Ele ganhará a metade da sua fortuna!
Todas as riquezas do reino serão divididas ao meio,
e uma metade será dada a Oxotokanxoxô!!"
Os três caçadores foram soltos da prisão e,como recompensa,
Oxotogun,o "Caçador das vinte flechas",
ofereceu a Oxotokanxoxô vinte sacos de búzios;
Oxotogi,o "Caçador das quarenta flechas",ofereceu-lhe quarenta sacos;
Oxotadotá,o "Caçador das cinqüenta flechas",ofereceu-lhe cinqüenta.
E todos cantaram para Oxotokanxoxô.
O babalaô,também,juntou-se a eles,cantando e batendo em seu agogô:

"Oxowusi! Oxowusi!! Oxowusi!!! "O caçador Oxó é popular!"

E assim é que Oxotokanxoxô foi chamado Oxowusi.
Oxowusi! Oxowusi!! Oxowusi!!!